A lectio de hoje, por ser um pouco longa, será dividida em duas partes que poderemos refletir uma hoje e outra, amanhã. Ao ler a palavra, se possível mais de uma vez, podemos retirar alguns pontos interessantes a serem refletidos. Podemos questionar tais pontos por parte do autor sagrado para obtermos a verdade sem, no entanto, julgar as coisas precipitadamente.
O primeiro ponto que quero destacar é esta parte onde ele afirma que a maldade de uma mulher é pior do que todas as maldades. O assunto maldade é muito vasto, daria para escrever um livro sobre ele, passeando pela palavra de Deus, pela história e pelo que conhecemos hoje sobre o mal. No entanto, precisamos focar no que foi escrito. O que levou o autor sagrado, então, a escrever isto? Penso que, pela minha experiência de vida, a mulher tem uma capacidade natural maior que a dos homens de superar um conflito. Por isso o homem parece “sofrer” mais quando uma mulher faz um mal, que se fosse feito por um homem para com uma mulher, seria diferente porque ela superaria mais rapidamente. Talvez por isso ele escreveu que a maldade de uma mulher é maior, pois aparentemente o homem sofre mais. Todavia, tudo é uma questão do psicológico da pessoa. Eu vi numa palestra de coaching que a nossa mente é plástica, que podemos moldar ela, desenhar, construir e desconstruir conceitos. Um homem pode ser tão forte quanto uma mulher em se tratando de superar um conflito. Claro que essas ideias de superação só surgiram depois. O próprio Jesus, já ouvi de alguns, é considerado o maior coaching que já existiu. Ele ajudava seus discípulos e apóstolos a superarem seus conflitos interiores e exteriores. Me recordo do paralítico descido na cama, onde Jesus antes perdoou os pecados dele. Só depois do questionamento dos escribas sobre que só Deus tem poder de perdoar pecados, é que Jesus curou o paralítico. Jesus curou antes o coração daquele homem, a mente dele. Só depois disso é que o acamado teve condições de receber a cura física (c.f. Marcos 2, 1-12).
O segundo ponto que precisamos refletir hoje é sobre o se apaixonar por uma mulher. A paixão é algo natural do ser humano. Um homem se apaixona por uma mulher e uma mulher, pelo homem. Deus nos deu esta capacidade para que homens e mulheres se unissem, cumprissem o plano celeste do matrimônio; indo contra toda a animalidade e construindo uma família. Creio que o autor sagrado escreveu isto com relação a se apaixonar por uma mulher má. Também acredito que o oposto é válido. Uma mulher que se apaixona por um homem mau também sofrerá por causa dele. Por isso a paixão, apesar de ser um pequeno passo dentro de um relacionamento, não pode ser considerado o mais importante. Infelizmente as pessoas hoje são movidas pelo sentimentalismo, pelas paixões. Por isso existem tantos relacionamentos que só causam sofrimento, dor e términos. São relacionamentos construídos fora dos planos de Deus, fora da vontade do Pai.
O terceiro e último ponto de nossa lectio de hoje trata-se do divórcio. O autor sagrado diz no final, versículo 26, que se uma mulher não obedece às ordens de um homem, que o homem se separe dela. Confesso que tomei um susto ao ler isso, mas não podemos interpretar a palavra de Deus por um único versículo, mas analisar o contexto histórico em que foi escrito, trazendo para o que Jesus diz e, por fim, para os tempos atuais. Naquele tempo, a dureza de coração dos homens fez Moisés criar a lei da carta do divórcio. Não foi algo querido por Deus, mas sabemos, mesmo nos dias atuais, que muita gente faz e vive coisas não queridas pelo Pai e Ele permite porque nos deu liberdade, porque nos ama. Então, imagino que por isso o autor sagrado escreve que se ele casa com uma mulher considerada a ele má, que se separe. No entanto, Jesus vem quebrar este paradigma social e mostrar que “nem sempre foi assim”. Que homem e mulher ao casarem-se, tornam-se uma só carne. Inseparáveis. Jesus decretou, dessa maneira, a indissolubilidade do matrimônio, como conhecemos hoje na igreja e que muita gente critica. Diz acreditar em Jesus, mas criticam as ordens do mestre dos mestres (c.f. Mateus 5, 31s).
Peçamos a Deus que vivamos a bondade, que sejamos bons uns para com os outros e se vivemos um relacionamento, que sejamos uma boa pessoa para aquela a quem estamos nos relacionando. Louvado seja o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, para sempre seja louvado.
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